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Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 431 | Novembro de 2013 | Campo Mourão - Paraná

Tecnologia no Campo

Mais precisão na agricultura

A Coamo disponibiliza aos cooperados a Agricultura de Precisão. Uma ferramenta importante para garantir a competitividade e sustentabilidade do agronegócio

A agricultura sofreu grandes e rápidas transformações nas últimas décadas. Mais competitiva, vem exigindo dos agricultores investimentos e adoção de novas tecnologias. A Coamo, por meio do Departamento de Assistência Técnica, tem desenvolvido importante papel na difusão de novas técnicas que visam melhorar o sistema produtivo, e, desde o ano passado inovou, mais uma vez, ao oferecer aos cooperados a tecnologia de Agricultura de Precisão.

De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Cláudio Bochanoski Martinho, coordenador do Programa de Agricultura de Precisão da Coamo, o projeto está estruturado para oferecer um serviço de qualidade aos cooperados. “Agricultura de Precisão sem qualidade, não é Agricultura de Precisão. Nosso programa foca a qualidade desde a amostragem do solo, testes de laboratório, softwares que desenvolverão os mapas e também a aplicação dos produtos. Isso tudo para que o cooperado sinta-se tranquilo em desenvolver todo o processo com a certeza que o resultado apresentado seja o real”, comenta.

Ferramenta de auxílio

O engenheiro agrônomo ressalta que a Agricultura de Precisão é uma nova ferramenta que vem para se aliar as outras já adotadas no campo que visam ajustar a atividade. “O primeiro passo é investigar e analisar as variáveis do solo, fazendo um “Raio X” por meio de análises georreferenciadas originando mapas de fertilidade. Depois entra a parte de correção, utilizando aplicações com taxa variável, para conseguirmos aplicar a dose certa no local certo”, pondera Luiz Cláudio.

A Agricultura de Precisão é uma tecnologia que veio para ficar, mas algumas considerações devem ser observadas. Segundo o agrônomo, fazer a Agricultura de Precisão não significa que, de uma hora para outra, a produtividade aumentará. “Essa é uma situação que pode acontecer, se o principal fator de interferência for a fertilidade do solo”, frisa.

Ele explica que a produção agrícola não envolve apenas a parte química do solo, mas também a física e a biológica. “Algumas variáveis como a acidez, o fósforo e o potássio são possíveis corrigir, mas outras como o teor de argila, por exemplo, não tem como interferir. Contudo, é uma informação importante e que ajuda saber o tipo e a fertilidade do solo, e nos dá subsidio para tomada de decisões.”

Ainda segundo o agrônomo, a Agricultura de Precisão é fundamental para o uso racional de fertilizantes. “O cooperado precisa, cada vez mais, conhecer a sua área e a Agricultura de Precisão é uma ferramenta que possibilita isso”, destaca.

Conhecendo a área

Dos 62 alqueires de plantio, o cooperado Ricardo Augusto Romagnoli, de Boa Esperança (Centro-Oeste do Paraná), realizou Agricultura de Precisão em 20%. Ele destaca que gostou da primeira experiência e de como a Coamo conduziu os trabalhos. “A ideia é fazer Agricultura de Precisão em toda área. A expectativa é de que a produção possa melhorar, pois a produtividade será uniforme”, comenta.

Romagnoli observa que o resultado da radiografia do solo o surpreendeu. “A produtividade no local está boa e imaginava que a fertilidade também estava. Contudo, a Agricultura de Precisão mostrou uma fertilidade baixa e que precisava ser corrigida”. De acordo com ele, isso mostra a importância de novas tecnologias, pois acreditava que estava de um jeito e na verdade estava totalmente diferente. “Com os dados em mãos e com a orientação da Coamo ficou mais fácil fazer a correção. A agora é só esperar o final da safra para ver o resultado. Conhecer o solo é a maneira mais adequada para fornecer tudo o que ele precisa”, pondera.

Na visão do cooperado, a Agricultura de Precisão é uma ferramenta que vem para agregar as demais práticas já realizadas na propriedade. “Investir em tecnologia é importante para aumentar a produtividade. Comprar terra hoje está muito difícil, então temos de produzir mais com o que temos”, observa destacando a parceria com a Coamo que fornece uma equipe capacitada e todos os equipamentos necessários para coletar as amostras e realizar a aplicação. “Não precisamos nos preocupar com nada. Depois é só caprichar nos trabalhos para obter o máximo em produtividade”, ressalta.

O engenheiro agrônomo, Alfeu Luiz Fachin, encarregado do Detec da Coamo em Boa Esperança, observa que a Agricultura de Precisão visa equilibrar a fertilidade do solo. “Em uma única área existem vários pontos de solo diferentes um do outro. A Agricultura de Precisão busca equilibrar estas áreas. Vemos casos de cooperados com médias de 140 e 150 sacas, com picos de produtividades de 180 em um ponto e 120 em outro. A Agricultura de Precisão traz informações para entender o que está acontecendo nestas áreas e tirar proveito destas informações buscando alcançar maiores produtividades”, destaca.

Na busca de um sistema produtivo equilibrado

Em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), o cooperado Francisco Paschoeto fez Agricultura de Precisão em toda a área destinada a produção agrícola. De acordo com ele, o objetivo foi equilibrar o solo. “Em períodos de falta de chuva era comum encontrar manchas na lavoura, o que mostrava deficiência no solo. A Agricultura de Precisão veio como ferramenta para melhorar esse problema ”, comenta.

O trabalho na propriedade iniciou no ano passado e foi finalizado antes do plantio desta safra. “Colocamos somente o que o solo realmente precisava”, frisa. Ele acrescenta que o valor gasto para fazer Agricultura de Precisão compensa e a economia que se tem distribuindo somente a quantidade necessária de produtos no solo já paga pelo serviço. “Além de tudo temos a segurança e qualidade do trabalho realizado pela Coamo”, assinala.

Entenda a Agricultura de Precisão

A Agricultura de Precisão é um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial e temporal da unidade produtiva e visa ao aumento de retorno econômico, à sustentabilidade e à minimização do efeito ao ambiente.

Extremamente importante para garantir a competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro, sobretudo frente ao cenário de elevados custos dos insumos e da necessidade de redução dos impactos ambientais.

Constitui um conjunto de tecnologias que permite uma exploração mais racional dos sistemas produtivos, otimizando o uso dos insumos reduzindo os impactos ambientais aumentando a lucratividade e a gestão da atividade.