Site Coamo
Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 425 | Maio de 2013 | Campo Mourão - Paraná

Conservação de solo

Plantio direto com qualidade é desafio

Tema foi discutido durante encontro em Londrina que contou com o apoio da Coamo


Reconhecido internacionalmente como importante ferramenta de proteção do solo, o sistema de plantio direto (SPD) teve espaço privilegiado na 3ª Reunião Paranaense de Ciência do Solo, realizada em Londrina, entre os dias 07 e 09 de maio. O tema foi ainda objeto de um painel exclusivo, com a participação dos pesquisadores Ricard o Ralisch, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e Rafael Fuentes Llanillo, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), juntamente com o engenheiro agrônomo Joaquim Mariano Costa, coordenador da Fazenda Experimental da Coamo.

Opinião recorrente em todo o evento, a falta de rotação de culturas, a falta de cobertura ou cobertura insuficiente e o revolvimento do solo são elencados como os principais inimigos do sistema e que acarretam problemas como a erosão do solo. O processo erosivo foi justamente o principal motivo que levou agricultores a adotarem o plantio direto em meados da década de 1970.

A rentabilidade da produção agrícola pode ser uma das causas dos problemas que afetam o SPD. Segundo Ricardo Ralisch, o êxito da atividade é medido por sua rentabilidade. Como o plantio direto requer práticas continuadas e dedicação e o retorno econômico é lento e pouco perceptível, os produtores muitas vezes não persistem no sistema e os danos ao solo aparecem. Para o pesquisador, a questão vai além da propriedade. “Precisamos pensar globalmente para solucionar as dificuldades”, enfatiza. A solução, segundo ele, passa pela pesquisa e por políticas públicas que atendam as necessidades dos agricultores. Ralisch afirma que o futuro do SPD depende de mudança. “Precisamos pensar qual o plantio direto estamos fazendo e devemos buscar a qualidade”, diz.

Rafael Fuentes LLanillo descreveu os avanços e limitações do sistema. Entre os problemas citou a retirada dos terraços, a falta de cobertura e a resistência de plantas daninhas aos herbicidas, além de semeadoras inadequadas, que prejudicam o solo. Segundo o pesquisador, ao contrário do que preconiza a técnica, agricultores limitam o cultivo à soja e milho no verão, este numa escala cada vez menor, e ao milho safrinha no inverno. Ele lembra que alternativas de inverno como aveia, branca, triticale e outras não vêm sendo adotadas pelos produtores. Por outro lado, áreas de milho no verão vêm perdendo lugar para a soja.

Fuentes ressalta que o produtor deve se empenhar em adotar o SPD integralmente, o que vai evitar prejuízos. “Muitas vezes uma única chuva leva embora o trabalho de 20 ou 25 anos”, afirma.

Na terceira parte do painel, o técnico da Coamo, Joaquim Mariano Costa, fez detalhado relato sobre a história e os pioneiros da implantação do sistema na região de Campo Mourão. Ele mostrou os desafios enfrentados no início da década de 1970 em áreas degradadas, com erosão e voçorocas. Com informações da Assessoria de Imprensa do o Iapar.